Amor Incondicional
AMOR NA PRÁTICA – I JOÃO 4:20-21 > João, o autor desta carta, o mesmo escritor do evangelho, tornou-se conhecido como o apóstolo do amor. O amor de Deus, tornou-se o apelo mais forte desta sua carta, fato percebido também no evangelho. Por exemplo, João 3:16 > “Porque Deus amou o mundo...”. João descreve com muita propriedade aquilo que ele recebeu de Deus como marca para o viver cristão: O amor. O amor expressa Deus na essência. Paulo, em I Cor. 13, vai também descrever a essencialidade do amor na vida cristã, de tal forma que nada mais tem sentido se não tiver como inspiração, o amor de Deus.
Neste capítulo 4, a partir do verso 7, João faz um apelo a que devemos amar uns aos outros. Embora a filosofia nos apresente uma variedade de interpretação de sentidos do amor (filos (entre pais e irmãos), eros (amor sensual, sexual) e ágape (o amor altruísta, doador, demonstrado por Deus, quando se deu em resgate do homem pecador – esses três são os principais). Pois bem, o amor que João ordena que pratiquemos e que procede de Deus é este amor ágape. Para reforçar a intensidade e profundidade deste amor, João descreve, de 9 a 13, a manifestação deste amor, quando por Sua iniciativa, movido por este amor, Deus enviou seu filho ao mundo para nos dar vida, e mais ainda, mesmo nós não amando a Deus (10). É um amor que rompe as barreiras humanas da indiferença, da insensibilidade, do egoísmo, rancores, dos temores ... . O apelo insistente do apóstolo é: “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros” (11). Ainda nos versos 17 e 18 ele diz algo extremamente desafiador, bem como encorajador, ou seja, que este amor perfeito de Deus em nós, nos prepara para o dia do juízo, sem medo. Esse amor, sendo de Deus, lança fora qualquer tipo de temor/medo e que, vivendo esse amor, nos identificamos com o filho de Deus, Jesus Cristo. João então diz uma máxima, a qual precisamos observar em sua ÍNTEGRA: Amar a Deus está diretamente relacionado com o amor ao seu irmão. Não dá para dividir o amor em duas partes: Amar a Deus e odiar o irmão. Uma forma de mostrar que verdadeiramente eu amo a Deus, é através do amor que demonstro ao meu irmão (independentemente se meu irmão corresponde ao meu amor ágape). Deve ser incondicional o meu amor pelo meu irmão. Isto está explícito neste texto (4:7-21), onde João mostra a iniciativa de Deus em nos amar (incondicionalmente). A demonstração foi totalmente em circunstâncias adversas, pois eu estava dominado pelo pecado e odiando a Deus, mas ele me amou primeiro, fazendo-se humano, esvaziando-se de SUA GLÓRIA (Fp. 2), morrendo em meu lugar. Amor incondicional. É por isso que, se o meu amor não acontece nessa dimensão (como Cristo fez), eu na verdade não amo, mas odeio o meu irmão. O texto chama este tipo de homem (que usei na primeira pessoa) de mentiroso, e que na verdade, nem a Deus ele ama. Vive uma vida enganosa. E é simples a conclusão das Escrituras: Se não ama ao irmão (que viu, conhece, convive...), este falso amor é o mesmo que Deus recebe. Como vai amar a Deus, que não vê. O irmão está ao lado e não é amado!!
Eu tenho uma grande preocupação com o comportamento cristão, não altruísta*, mas egoísta. Esse é o perigoso. E sabe porque Deus fala isso? (“não ama o irmão, que vê”): É porque, se realmente Deus fizesse parte de uma vida assim, fisicamente, talvez fosse chamado de chato e intrometido. Amar quem está perto de nós é desafiador, mas com certeza, enriquecedor. Este sempre foi o mandamento de Deus, desde o princípio, interligado, que é: João termina dizendo: “Quem ama a Deus, ame também a seu irmão”. Não creio que esse amor é apenas um olhar disfarçado, um sorriso maroto, uma consideração, uma obrigação. Não!! Não tem como sermos cristãos se não amarmos o nosso irmão. Amar é cuidar, é ouvir, é falar, é corrigir (com autoridade e amor), é caminhar juntos, é ser humilde, é dividir, é socorrer, é andar junto, é tratar com honra, é dar prioridade, é se alegrar, é falar bem, é interceder,... . Esse amor não afasta, mas aproxima. A Igreja só será reconhecida por Deus, se amar como Deus amou. Altruísmo e incondicionalidade.
Que a Palavra de Deus te abençoe!
Pr. Norival Andrade