As Aparências Enganam – Baseado no Salmo 73
Este testemunho de Asafe expressa o sentimento de muitas pessoas (e porque não, de
muitos cristãos), quando tentam justificar a presença de Deus através das abastanças
materiais. Muitos ainda tem agido dessa forma, movidos por interpretações equivocadas das
Escrituras. Jamais, em toda a Bíblia, a preocupação maior de Deus para com o homem, foi a
sua prosperidade material. Esse entendimento errado sempre acompanhou o cristianismo,
mas encontrou na pós modernidade, quem sabe, o seu apogeu, através da Teologia da
prosperidade. Essa reinterpretação da teologia da graça tem ainda sido fortemente difundido
entre os cristãos, quando vemos grandes denominações (dentro do cristianismo), pregando
esta mensagem como base de seu ideal cristão. É claro que este ensino errado tem respingado
e adentrado a muitas outras Igrejas que tem como regra de fé e prática, dentro das Escrituras,
a morte e ressurreição de Cristo. Muitos cristãos adeptos da prosperidade, estão confusos
espiritualmente, sendo ou não bem sucedidos financeiramente, pois ao final, percebem que
seus corações estão vazios e não sabem lidar com as adversidades da vida.
Asafe estava sofrendo este tipo de pressão espiritual. Inicialmente ele chega a dizer que “tinha
inveja dos ímpios arrogantes, por sua prosperidade”. Ele, músico, ministro líder da adoração
no templo, diz que “por pouco não tropeçou, escorregou” (3). Ele começa a enumerar as
vantagens da vida atraente que os ímpios tinham: a. Não passam por sofrimento (4); b. Tem
o corpo saudável e forte (4); c. Estão livres dos fardos de todos (5); d. Não são atingidos por
doenças (5); e. Sempre despreocupados, aumentam as suas riquezas (12); etc. Quantos não
estão medindo os cuidados de Deus pela ótica de Asafe? Isto jamais define Deus, e foi esta
a conclusão a que ele chegou. Daí ele ter começado com a expressão: “Certamente Deus é
bom para Israel, para os puros de coração” (1), antes de contar o seu testemunho que quase
o levou a desviar-se. Mas, o mais importante é o que acontece com ele, sua experiência
pessoal e verdadeira com Deus. Por uns momentos ele começou a olhar para a prosperidade
dos ímpios e isso lhe enchia os olhos. Talvez tenha sido um momento em que passava por
necessidades, enfermidades, etc., ainda que não se justifique. Então ele mesmo diz sobre seu
retorno para Deus. Apesar de ser regente de música no Templo, ele diz que essa tormenta
durou até o dia em que “entrou no santuário de Deus” (17). Este é o lugar onde ele morava,
porém, ele está dizendo que compreendeu os desígnios de Deus. Bens materiais, por melhores
que possam ser, estão longe da graça que Deus manifestou em favor da vida de Asafe. Ele
abriu o seu coração e conseguiu ver Deus, além da prosperidade, que aliás, não contribuiria
em nada para a paz de espírito dos ímpios. Talvez você já pensou e agiu como Asafe, ou até
mesmo se encontre em situação parecida. Convido-o a fazer como Asafe: Encontre Deus e Sua
imensa graça. Ele tem preparado uma vida de paz para você, e uma eternidade ao Seu lado.
Que a Palavra de Deus te abençoe!
Pr. Norival Andrade