Free Style

30/01/2014 10:41

Muitas vezes acostumamos com aquilo que é baixo (no sentido de imoral), que acabamos aceitando a sua permanência em nossas idas e vindas. Alguém disse que a insistência na mentira a faz parecer-se ( e ser aceita) como uma verdade. Assim tem sido com o nosso “baixo português”. Este é um português baratíssimo, que no máximo deveria ser falado em conversas totalmente informais, sem compromissos, etc. Pois bem, este “baixo português”, não bastando adentrar aos discursos formais, mídias e livros, agora estão usando-o na tentativa de facilitar a leitura da Palavra de Deus.

Sem desejar ser longo de palavras, quero manifestar aqui a minha recusa da dita “Bíblia” Free Style, como uma fiel tradução da Palavra de Deus. Com isso, concordo com vários pastores que assim já se manifestaram.

A nossa Bíblia em Português já possui várias versões, e até concordo que algumas delas (principalmente as mais antigas), possuam certas palavras de difícil (mas não impossível) compreensão, inclusive com vocábulos quase que totalmente fora de uso no idioma Português atual. Para tanto, muitas delas foram revisadas, objetivando uma melhor compreensão por parte do leitor, contudo, sem se distanciar essencialmente de seu significado original (hebraico/aramaico/grego).

Parece-me que a cultura da pobreza gramatical está adentrando a mente de muitas pessoas, trocando a oportunidade de conhecer e enriquecer o vocabulário, por “chavões” e palavras de certa forma impopulares. É por isso que estamos presenciando um distanciamento cultural entre os antigos e boa parte dos mais novos, uma “incomunicação”, onde os primeiros até conhecem um pouco dos “palavriados” dos novos, mas estes não se esforçaram muito, para subir um pouco mais o nível de seu vocabulário. O que estão praticando, nem se trata de um português comum, como acontecia com o grego coinê, mas de um português muito baixo, que não reflete a nossa língua (nem um pouco). Muitas palavras que hoje vejo alguns jovens proferindo, que,  em meu tempo de juventude, possuíam uma conotação imoral. Não desejo citá-las aqui, mas me recordo de várias. Hoje, fala-se com muita naturalidade, pois uma outra coisa que não desperta muito interesse em nosso dias é o desejo da pesquisa, de se conhecer as origens, a história. Estamos ficando mais “pobres”.

Isso me traz de volta ao princípio desse escrito, entendendo eu que, a ideia da tradução “Free Style”, possua por trás uma facilitação ao adulto/jovem/adolescente que não deseja permanecer na verdadeira e boa gramática portuguesa, com suas palavras bem definidas (em sua maioria), optando, ao contrário, por uma linguagem menos refinada e até certo ponto, ofensiva, nos deixando ruborizados. Para facilitar a leitura, já temos  as traduções diversas na linguagem de hoje, portadoras via de regra, de um bom português, mas que ainda assim, por esforçar-se em fazer uma tradução bem acessível, tem se afastado muito da ideia original que as Escrituras propõe. Contudo, ainda assim, zela por um português no mínimo respeitável. No entanto,  a tradução Free Style, de uma certa forma,  e em muitos textos, a faz de uma forma vulgar (no meu entendimento). Hoje, dado a infinidade de comentários aos textos bíblicos, dificilmente alguém precisa de uma linguagem como esta, que, mais uma vez digo, não reflete um português agradável ao nosso ouvido. Assim sendo, sem qualquer hipocrisia, não a recomendo, nem mesmo para fins de apenas saciar curiosidades. A Bíblia não é a minha palavra, e sim, a PALAVRA DE DEUS. Se a tradução FREE STYLE fosse escrito como um livro qualquer, possivelmente ainda assim não o leria, pois a linguagem não me atrairia. Novamente, sem hipocrisia, mas no temor do Senhor, deixo aqui minha posição de não aceitação.

 

Que a Palavra de Deus te abençoe!

Pr. Norival Andrade